THE KRENTS


O Krents é uma banda paulista de Psychobilly que surgiu no começo dos anos 90 e de lá para cá passou por diversas mutações e um período trancafiado no sarcófago. Para tentar entender o que se passa em nosso universo, Imagine Charles Bukowski, Nelson Rodrigues, Vincent Price ou José Mojica Marins com suas obras e personagens, servindo de temas para o Rock and Roll.

Amor à moda Punk, Rockabilly e Psychobilly elevado às nuvens (escuras e vazando trovões) com sussurros, gemidos e gritos... ou se preferir, sinos, criptas e gargalhadas assustadoras. Com temas que vão do cotidiano enlouquecedor das grandes metrópoles aos pesadelos mais terríveis do inconsciente coletivo, Os Krents celebram a diversão acima de qualquer coisa; a malandragem, o humor negro, a linguagem dos quadrinhos e filmes de horror, sacanagens e exageros, tudo isso traduzido num vocabulário pra lá de suburbano, desvinculado dos modismos correntes.




LUIZ MOREIRASe eu tiver que voltar a fita, já passaram tanta gente pela banda que não vou ser louco em dizer, na atualidade os condenados são.
Membros atuais da Banda:


Luiz Teddy – vocais

Lucas Nitron – Guitarra e vocais
Maniac Biffs – Baixo acústico e vocais
Alan Mazzoni – Batera e tambores de voodoo



Contando ainda com a participação das entidades saídas das próprias músicas, como a esfarrapada múmia do G.G. Allin ou a "psycho-mística" Vovó Candonga que interagem com a plateia, que vai ao delírio toda vez que os "mascotes" aparecem. E nosso parceiro de demência o Therencio (RJ).


ÁLBUNS
Nesta trajetória de muitos percalços, 
comuns a todas as bandas de garagem,
 Krents conta com alguns registros: 
"Colapso Nervoso" - 1995 :
 fita demo (cassete de demonstração)
 com tiragem de 50 exemplares. 
"Psychorrendo" - 1996 : 
coletânea de psychobilly nacional lançada 
em CD pelo selo Living Dead Records, 
que além dos Krents inclui as bandas:
 Krapullas, Mongolords, Ovos Presley,
 Maniac Rockers e Kães Vadius.
 "Volta pra 54" - 1996 : fita demo ao vivo,
 que chamou a atenção 
do produtor Luiz Calanca,
 o homem à frente do maior selo
 independente do país, 
o Baratos Afins. "The Krents" - 1996: 
Primeiro CD da banda, 
resultado do pacto com 
o selo Baratos Afins, com participação
 especial do próprio Calanca, que declarou-se
 "convertido" em mais um "Krent",
 fazendo backing vocais em
 "Volta pra 54!" 
(posteriormente regravada pelos Kães Vadius). 
Também participa do disco, 
o ilustre Eddy Teddy

 (pioneiro do rockabilly nacional, vocalista da banda Coke Luxe) cantando Meu corpo entrou no seu, versão que fez para "Drink That Bottle Down" dos Stray Cats.
Com a nova formação, o Krents esta para lançar em 2014 um novo CD com 8 faixas gravadas em estúdio e também um outro CD ao vivo “Unção do Inferno – Outros do Lazzzer” pirateado pela própria banda durante um de seus cultos em SP, este terá 15 faixas.


Como a Banda surgiu?
LUIZ MOREIRAPara responder as suas perguntas, preciso voltar um pouco no tempo e resumir um pouco da minha história, afinal o Krents sempre andou em paralelo com a minha trajetória musical. Em 89 montei minha primeira banda de rockabilly, Os Cadillacs, baseada na influência do meu pai, Eddy Teddy, vocalista da banda Coke Luxe e Rockterapia (a primeira, pioneira da cena rockabilly no Brasil), isso durou até o final de 92 onde eu já estava doente por psychobilly.
Sempre fui fanático por bandas mais rápidas e a vinda do Guana Batz ao Brasil foi a gota d’agua para montar alguma coisa que misturasse temas de terror, putarias, maluquices e esquisitices sem deixar de lado o lance rockabilly e a energia do punk rock.
Como não conhecia ninguém da minha idade que curtia psycho em SP, peguei meu irmão, Marcos para tocar batera e mais um amigo para montar a banda. Ficamos a noite toda fazendo um som, tomamos umas e ficamos imaginando o nome da banda até que no domingo de manhã, a campainha da minha casa toca e era uma turma de Testemunha de Jeová. Na mesma hora meu pai gritou do quarto: - Atende essa porra que esta hora só pode ser Crente!. Aliás, porque vocês não colocam o nome da banda de Crentes. Como éramos malucos por Cramps, e rimava achamos prudente colocar o nome de Crentes, mas teria que ser com K, Krents (não significava nada), mas era uma ligação entre Crentes e o K fazia uma associação ao Rock e a 3 bandas nacionais que gostávamos (Kães Vadius, K-Billies e Kriptonitas)....achei que seria uma bela ligação a tudo isso.
De lá para cá muita coisa aconteceu, daria para escrever um livro ou queima-lo...o trio virou quarteto e depois quinteto, eu larguei a guitarra e passei a só cantar. E a formação que acabou fazendo mais barulho durou de 93 á 97. Gravamos nossa primeira demo, depois entramos na coletânea Psychorrendo que abriu a porta para tocarmos no segundo Psychofest em Curitiba e em uma porrada de lugar e ao mesmo tempo o Luiz Calanca da Baratos Afins convidou a gente para gravar (mesma gravadora do Coke Luxe) em uma época que tinha desacreditado em continuar gravando Rock.
Em 97 sai nosso primeiro CD com o nome homônimo “Krents”, incluindo alguns covers do Coke Luxe e Rockterapia. Nossa, fizemos sons na MTV, tocávamos em todas as rádios de Sp e Interior, saímos em livros, revistas, jornais, documentários...confesso que para uma molecada entre 18 e 22 anos que não tinha porra nenhuma na cabeça era o máximo. Até que a vida pegou a gente de surpresa e quando estávamos para fazer a festa de lançamento do CD que seria celebrado com um show de abertura do próprio Coke Luxe, meu pai acabou morrendo de aneurisma poucos dias antes da festa rolar.
Acho que nessa época todo mundo broxou e o Krents acabou na sequencia. Continuei curtindo psycho, mas deixei de lado o lance de fazer psychobilly, de falar e tirar um sarro da própria morte, voltei a fazer rockabilly e Rock & Roll. Montei outras bandas como o Boogie’n Blues, Run Devil Run, um Revival do Rockterapia e muitas vezes reunia o Krents para algumas festas
Nestes revivals a banda teve diversas formações, incluindo o legendário Milton Monstro da extinta banda K-Billies que também participou dos Kães Vadius, o Fabio Koveiro (Kães Vadius) e o Romulo, um dos maiores responsáveis por atrair através da internet em uma época que não existia rede social os apaixonados pelo estilo que estavam espalhados pelos cantos através do Forum Psychobilly.
Foi através da internet que a cena psychobilly cresceu e foi contaminando mais gente que estava carente por shows e informações.
Com isso veio a necessidade de retomar tudo de novo. Muita gente pedia a volta da banda e eu morria de vontade de retomar aquela banda que sempre sonhei, com baixo acústico e músicos que realmente curtissem tocar psychobilly.

Tiveram ajuda para crescer com a banda? Quem ajudou?
LUIZ MOREIRAAlém do publico do Krents, que sinceramente são muito mais doentes e maloqueiros que qualquer um da banda (porra juntamos rockers, psycho’s, punks, skin’s, metaleiros, góticos)...acho que todos os malucos alucinados que vagam por ai aparecem nos cultos com um único propósito....se divertir). É incrível como a galera fica literalmente possuída em nossas apresentações. Sempre me assusto quando assisto os vídeos depois dos shows, o pessoal sobe no palco, joga bebida, sobe para cantar no palco, vomita, roubam minha bebida, levam outras bebidas, tiram a roupa....é uma putaria só.
Mas 3 caras nos ajudaram muito nestas passagens e sinceramente devo depositar todos os meus agradecimentos, um deles foi meu pai a quem devo toda minha inspiração como pessoa e musico, o Luiz Calanca da Baratos Afins por ter acreditado em nosso trabalho no começo e meu comparsa Therencio (RJ) que apesar de não fazer parte fisicamente da banda, é uma das cabeças mais pensantes, seja na parceria musicais ou nas criações monstruosas, acho que só o Krents é capaz de dar vida a tanta alucinação...somos um filho mostro que essa tranqueira teve durante algum lazer por ai.

Quais são as maiores influencias musicais da banda?
LUIZ MOREIRACada musico tem um influencia pessoal, acredito que o Psychobilly, Rockabilly e o Hard Core são gostos em comum e minha fonte de inspiração no Krents é o Rei do Rock GG Allin, meu pai e bandas como Demented Are Go, Mad Sin, Meteors, Klingonz, Skitzo, Ramones, Rancid e Stray Cats.

Com a agenda na estrada, como fica a vida pessoal e familiar?
LUIZ MOREIRAHoje separo muito bem a vida pessoal, profissional e musical, confesso que não é fácil, ás vezes desgasta mesmo ainda mais que não sou nenhum moleque, mas nunca estaria completo sem estas 3 coisas que estão de alguma forma ligadas umas as outra.
Infelizmente viver de música no Brasil é praticamente impossível, ainda mais o estilo que tocamos. Para mim a música é como uma válvula de escape para extravasar os estresse do dia a dia, me deixa mais jovem de espirito, conheci pessoas fantásticas, lugares incríveis....a vida não teria graça nenhuma se não tivesse uma trilha sonora.
Agora já que não da para viver disso, o trabalho é essencial para bancar toda esta curtição, tem que ter uma profissão e se dedicar... eu sou no trabalho uma pessoa completamente diferente do que sou no palco, sou um cara tímido, sério, mas tão dedicado quanto ao Luiz Teddy que muitos conhecem.
Na vida familiar, sou casado, pai do Dudu de 8 anos e da Alice de um ano, só para escrever esta entrevista precisei parar umas 30 vezes para atender os chamados da casa...eu amo minha vida!!!

O que ocorreu de mais engraçado em suas viagens para os shows?
LUIZ MOREIRANossa, nestes 21 anos de estrada com os Krents já aconteceu tantas coisas engraçadas, como disse, cada show tem uma história para contar, ou para apagar da vida...kkkk
Mas uma das coisas mais engraçadas que já rolaram foi em 96 quando a mãe do guitarrista comentou com um amigo dela sobre nossa banda e nos indicaram para participar de um festival que rolaria para mais de 5000 pessoas em Guarulhos na grande SP.
Neste dia veio uma Van nos buscar, rolaria uma grana legal, rango e etc, mas quando chegamos no local para acessar o camarim um rapaz nos brecou e disse: - Vocês são os Crentes da banda Gospel?
Eu sinceramente achei que era uma brincadeira e dei risada, até que um pastor nos recebeu dizendo que após este show nos levaria para um programa na Rede Record...quando escutei o que estava rolando, eu desacreditei, estávamos em um festival gospel e não era pegadinha do Malandro......auhauhauhauh
Quase me caguei todo de rir e de medo também. Quando subi no palco e olhei aquela multidão e na mesma hora achei que seria crucificado no primeiro poste... eu quase desisti de tocar, ainda mais que não tinha colocado uma gota de álcool boca....Lembro que abrimos com uma instrumental Miserlou...só nisso a galera ficou hipnotizada e quando entrou a música Suicida, desligaram nosso som do nada e um cara começou a falar com a multidão...resumindo, eu olhei para o lado, tinha uma pilha de vinil de uma banda que tocaria na sequencia e arremessei na galera...resumindo ficamos sem Van, sem cache e por pouco não fomos jogados diretamente ao Diabo.

Qual o maior objetivo da banda no momento?
LUIZ MOREIRAPara este ano pretendemos gravar nosso CD e tocar em locais que nunca tocamos. Além de converter mais e mais pessoas, Começando por você, é claro!

Qual o recado que daria as novas bandas do gênero?
LUIZ MOREIRAAcho que já deixei uma porrada de recado através da minha história. Não é fácil manter uma banda, mas é uma puta diversão, se eu pudesse faria tudo de novo.

E para quem ainda não conhece os Krents, ainda da tempo de se converter. Acesse nossa fanpage no FACEBOOK

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